Estado Emocional: Carente... Muito Carente.

Estou carente de ti meu filho. Sinto o teu cheiro e tenho saudades dele. Sinto o teu calor e preciso de me aquecer. Vejo o teu sorriso e caí-me uma lágrima porque estou longe de ti. O que sinto e vejo é real porque é parte de mim. Não sou ingrata, pelo contrário, estás melhor com a tua família do que numa creche mas revolta-me não poder estar contigo. 

Sou eu que tenho de te ver crescer, mudar as tuas fraldas, fazer sorrir, limpar as tuas lágrimas, dar-te de comer, ensinar-te a... Tudo. Sou eu, sou tua mãe, é a mim que me cabe educar-te, embalar-te, abraçar-te, beijar-te, fazer-te festas e dar beijos. Sim, sei que o farei, mas só mais logo, pela noite. 

A mim, que sou tua mãe, que tenho o desejo, o dever, a obrigação e o querer de te mostrar o Mundo e a Vida cabe-me só parte do dia, ou melhor, restos do final de tarde, bocados da noite. Não sei como é que conseguem suportar isso e habituar-se. Eu nunca me hei-de habituar a ter só restos de tempo para ti. 

Odeio as feministas. Aquelas burras que queriam e querem ser iguais aos homens. Eu não sou homem, não faço chichi de pé, não sou responsável pelas guerras, fomes, lutas de poder. Eu não quero ser homem, eles não podem ter filhos, dificilmente conseguem ter grandes sentimentos e pensar mais do que numa coisa ao mesmo tempo. 

Eu sou mulher e sou mãe. Eu quero ser mais mãe. Quero ter o direito de escolha que umas parvalhonas quaisquer, à uns anos me tiraram, ao quererem coçar tomates que não tinham e queimarem soutiens, objectos tão úteis para segurarem parar de mamas como os meus. Sim mamas, por onde sai leite porque eu não sou homem.

Odeio o que representam porque ao quererem ter os mesmo direitos tiraram-me o direito de estar efectivamente como mãe porque SER, serei sempre. Esqueceram-se que existem mulheres que não querem ser como vocês, egoístas.

Eu só quero o meu filho. Vivê-lo, cheira-lo, senti-lo. 

Filho, tenho tantas saudades tuas e sofro tanto sem ti. Tenho um permanente murro dentro de mim, que me dói a todas as horas, é seco, vazio e ocupa todo o meu ventre. Em certos dias dói-me mesmo, é uma dor física que sobe e se me enrola na garganta, prende-me o grito, a raiva, a tristeza daquelas lágrimas que á noite solto, depois de te deitar. 

Só o teu pai sabe...Tenho tantas saudades do teu cheiro, da tua alegria, do teu sorriso encantado quando vês o teu pai. O Mundo devia parar quando estamos juntos.

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