Entender ou Não Entender

Eu sei que vai ser de resolução simples mas entretanto enquanto ele não se decide eu fico cheia de nervos, com o estômago ás voltas e sem vontade de comer só porque não o consigo entender.

Ele ameaçou na semana passada e pelos vistos está a concretizar esta semana e eu não sei o que fazer porque ele decidiu mandar vir por tudo e por nada, chorar se vou à casa de banho, se o sento no chão para lhe fazer o comer, se o sento na cadeira para comer, se o deito para mudar fralda se me levanto para ir baixar ou levantar o som do pc, se... se...se... se... Tudo o que ele quer é que eu fique ali, só ali, sentada ao pé dele, mais nada.

Eu já vi este "filme" quando ele nasceu e regressou dos cuidados intensivos e decidiu que não dormia mas era um recém nascido e eu passei dias agarrada a ele para não protestar e não chorar, ficar calmo e tranquilo porque, no meu entendimento, se ele o faz é porque alguma coisa não está bem e eu sei o que dói chorar.

E diz-me um colega quando lhe digo que estou cansada e cheia de nervos:
- Ah pois é um filho dá trabalho!!!
Respondo:
- Não me importo com o trabalho que ele dá mas importo-me com o facto de não saber o que ele tem para o poder ajudar.

Cada um sabe tem a sua forma de encarar a maternidade e a minha resume-se ao facto de eu ter de saber e compreender, tentar entender o quê e o porquê do que acontece para lhe proporcionar o melhor bem estar emocional possível. 

Eu existo para o ajudar a crescer, ensinar o que eu acho ética e moralmente correcto mas ele tem sempre as suas opções porque é um ser independente que existe para lá da minha existência, com a sua personalidade. Cabe-me ajudar a que seja a melhor personalidade possível de forma a formar um cidadão útil e competente para viver em sociedade. Eu não sou sua dona. 

Cabe-me entender o que se passa com ele, arranjar soluções que encaminhem noutra direcção se eu não concordar com as dele, principalmente na fase de crescimento, em que o entendimento deles não está moldado para viver nas regras civis mas sem desvirtuar quem ele é. 

Quando eu não o consigo entender e ele fica neste estado emocional dependente e instável é o cabo dos trabalhos... Felizmente, em quase um ano esta é só a segunda vez que eu ando com os cabelos em pé.

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