No Ano Passado

No ano passado, por esta altura, estas eram as minhas palavras de desabafo. Palavras que desapareceram daqui mas que recuperei para me puder lembrar de... como era!!!

Amigos Virtuais

Recebi uma imagem que dizia: "Às vezes, amigos virtuais interessam-se mais pela gente do que os nossos amigos reais."

No tempo em que vivemos torna-se muito difícil fazer esta distinção. Se os nossos amigos reais estão ou podem estar sempre ali os nossos amigos virtuais também. 

São muitas vezes os nossos amigos virtuais que nos fazem companhia durante o dia, que nos ouvem os sonhos, as mágoas e as esperanças. São muitas vezes eles que nos dão força e conselhos. São muitas vezes eles que aturam o nosso mau humor e estão sempre lá.

Quantos dos meus amigos virtuais é que me abandonou? Deixou ficar mal? Quantos dos meus amigos virtuais é que já me deu dicas, conselhos, opiniões? Quantos deles é que através de um clique eu meti em contacto com outros que precisavam de uma ajuda que eu não podia ou não sabia dar? Quantos amigos perdidos e esquecidos pelo tempo e pela vida é que não encontrei virtualmente?

Quantos desses amigos é que eu não descobri por acaso? E quantos é que não me trouxe o tempo para a vida real?

Não sei. Também não sei o que é real e virtual porque tenho a sorte de puder contar com todos na minha vida. Cada um à sua forma e maneira são a minha companhia e de cada um espero o que posso esperar e dou o que posso dar.

Não me queixo dos amigos reais que foram deixando de aparecer, nem me regozijo dos amigos virtuais que foram aparecendo, simplesmente agradeço tudo o que me dão e reconheço as voltas da vida.


Ás Vezes

Ás vezes leio coisas que me fazem sentir vergonha do que quero e existe tanta gente que só quer um sorriso.

Ás vezes tenho vergonha de me zangar porque existe tanta gente que não tem com quê.

Ás vezes tenho vergonha dos meus sonhos porque existem pessoas que não sabem o que isso.

Ás vezes, sempre os Ás Vezes porque vivo num Mundo que me transporta para outras realidades e porque tenho medo delas. Tenho medo das outras pessoas que vivem num outro Mundo onde tenho a sorte de não viver porque tenho Comer, Paz e Saúde.

Que hipócrita sou quando digo que ajudo (e ajudo) se eu poderia fazer muito mais.

Que egoísta, quando planeio sonhos de passeios, viagens e sorrisos, depois olho para uma criança que vive em guerra, morta, doente ou com fome... Desvio o olhar porque não sou capaz de sentir aquela realidade que me esmaga, desespera e faz chorar. 

Essa realidade não é a minha e não quero acreditar que alguém no Mundo possa viver assim. Eu sinto-a em mim e através do meu filho e agonizo, desespero. Sinto profundamente nas minhas lágrimas a tristeza das outras pessoas.

Quero ter em mim todas as crianças do Mundo mas o Mundo é tão grande e cheio. 

Como posso pensar assim e depois olhar para o meu telemóvel, a minha conta bancária e esperar encontrar lá dinheiro para uma nova viagem, uma nova decoração, um novo brinquedo onde tanta gente só precisaria de um novo sorriso, uma nova esperança, um beijo e abraço?


Ás vezes sinto mesmo vergonha de mim e do Mundo!!!

Comentários